19/07 – Terça-feira
Finalmente estou em Roma. É muito pequena em comparação com São Paulo, mas sua história é maior do que qualquer livro pode descrever. Enquanto procurava meu hotel no mapa da cidade, percebi como era fácil atravessar Roma inteira a pé! Mas não quero me cansar agora (ainda estou me recuperando de Florença) e quero caminhar até a Cidade do Vaticano hoje!
O Vaticano fica a apenas quinze minutos de ônibus do meu hotel, então não perdi tempo para chegar lá. Quando vi um enorme muro marrom, soube que tinha chegado, mas me perguntei onde ficava a entrada. Perguntei a uma senhora sentada ao meu lado: “Per favore, signora, dov’è la fermata per il Vaticano?” Ela respondeu: “Per i musei?” Eu não tinha pensado em visitar os museus naquele momento, pois já passava das 11h e eu temia não ter tempo suficiente para ver tudo, mas respondi que queria visitar o museu primeiro, e ela me disse que eu deveria descer na próxima parada.
Pode parecer bobo, mas fico extremamente feliz por encontrar tantas pessoas educadas aqui na Europa. No Brasil, nem sempre se pode pedir informações a qualquer um; algumas pessoas nem param para ajudar! Mas aqui, eles te dizem exatamente o que você quer saber e ainda dão algumas dicas para facilitar a viagem. Eu amo os italianos!
De qualquer forma, desci na parada que a mulher me indicou e lá estava eu, na entrada dos Museus do Vaticano. Ouvi uma vez que, se você passar dez segundos em frente a cada obra de arte no Vaticano, levará doze anos para sair de lá. O Vaticano é enorme e brilha com ouro! O teto é dourado e os corredores parecem intermináveis.
Mas vamos começar do início: a entrada custa cerca de doze euros, e eles revistam sua bolsa para garantir que você não tenha explosivos ou algo do tipo. Ao entrar, a primeira coisa que se vê é uma escadaria que leva a um jardim interno, que você precisa atravessar para chegar aos museus.
Uma pequena informação histórica aqui: os museus começaram porque o papa Júlio II era apaixonado por arte e começou a colocar estátuas no imenso Jardim do Vaticano em 1503. Mas foi apenas por volta de 1700 que os museus realmente começaram a ser construídos, com a ajuda de Michelangelo e Rafael.
O primeiro museu é o Egípcio, mas antes de chegar lá, passei por milhares de estátuas famosas – as mais famosas de todas. Nunca pensei que veria metade delas (primeiro porque muitas estão na França, dentro do Louvre). Primeiro, vi o Laocoonte e, em seguida, Apolo – e pareciam meramente decoração para um pequeno jardim. Havia centenas de pequenas estátuas que, infelizmente, eu não tive tempo de ver. Esse pequeno espaço é o Museu Pio-Clementino, que é a céu aberto, algo que me preocupou porque todas essas estátuas ficam expostas à chuva e ao vento… Mas não sou eu quem deve me preocupar com isso; tenho certeza de que eles têm algo para protegê-las.
Depois, entrei em uma enorme sala circular com uma imensa mesa redonda e doze estátuas ao redor – sim, o zodíaco. Circulei a mesa, atravessei a sala e cheguei a um corredor que tinha duas opções: à direita, o Museu Egípcio; à esquerda, o Museu Etrusco.
Escolhi a direita e me vi caminhando por dez salas repletas de artefatos egípcios: entre caixões, múmias, estátuas e peças de coleções valiosas que o tempo não conseguiu destruir. Também havia documentos e muitos vasos surpreendentemente intactos.
O Museu Etrusco tem vinte e uma salas. As primeiras continham tumbas, bronzes, pedras, urnas funerárias do período helenístico e sarcófagos. Depois, mais salas com vasos, bronze, terracota, marfim e vidro. Os vasos realmente são a parte mais importante do Museu Etrusco – apenas um pequeno pedaço de cerâmica segurando milhares de anos de história.
Depois, voltei para outros museus, como o Museu dos Animais, o Museu dos Bustos, a Galeria das Estátuas, o Gabinete de Máscaras, a Sala das Musas, a Sala della Rotonda e, por fim, a Sala da Cruz Grega, onde há mais sarcófagos.
Mal sabia eu que, depois de horas vendo esses museus, ainda teria mais galerias e salas dentro do palácio para visitar – e, pelo que consegui ler nas placas, a Capela Sistina não estava longe.
Me vi na Galeria dos Lustres, completamente atordoada com a beleza ao meu redor. A Galleria degli Arazzi é onde os corredores dourados começam, e então tive meu fôlego tirado pela Galeria dos Mapas (Carte Geografiche). Não olhei para um único mapa – apenas fiquei hipnotizada pelo teto o tempo todo.
Depois disso, passei pelas Salas de São Pio V, a Sala Sobieski, a Torre Borgia, a Sala da Imaculada Conceição, a Sala dos Chiaroscuri, a Capela do Papa Nicolau V e, finalmente, as Salas de Rafael, onde encontrei a pintura que estudei desde criança: A Escola de Atenas. Platão e Aristóteles conversando no centro da pintura, com os outros estudantes ao redor. O lugar onde a filosofia começou. Foi incrível estar ali e ver essa obra.
Ao redor dessa sala, há quatro medalhões com imagens que simbolizam Poesia, Teologia, Justiça e Filosofia. Em seguida, caminhei até a Sala de Constantino, com O Batismo de Constantino logo à direita. Essas pinturas são enormes; eu nem tinha uma câmera decente para capturar todos os detalhes em uma única foto.
Depois das imensas salas do Palácio do Vaticano, desci uma pequena escada e entrei na primeira porta à esquerda… Fiquei completamente surpresa ao me ver dentro da Capela Sistina. Achei que ela ficava longe dos museus e não dentro deles!
Senti como se fosse desmaiar ali mesmo. Eu não estava pronta para vê-la tão de repente. Quando foi construída, a capela deveria ser um lugar simples e humilde, sem toda a ostentação dos outros espaços do Vaticano. Era para ser um local para homenagear os papas, mas então… veio o Renascimento e a explosão da criatividade.
Falarei sobre o teto mais tarde, mas primeiro, preciso dizer que não foi apenas Michelangelo que pintou a Capela Sistina. Outros artistas famosos também deixaram sua marca, como Botticelli, com sua deslumbrante obra As Cenas da Vida de Moisés, que mede 348,5 cm x 570 cm. Acredito que seja a obra mais complexa da vida de Botticelli.
Além de Botticelli, há também trabalhos de Perugino, Rosselli e Signorelli. Quando se fala na Capela Sistina, muitos pensam que Michelangelo pintou tudo, mas, na realidade, vários artistas participaram do projeto, além do arquiteto Baccio Pontelli.
Tive a sorte de visitar a capela depois que suas cores foram restauradas e devo dizer que nunca imaginei que fossem tão vibrantes. Os personagens, com suas sombras e cores, quase saltam das pinturas – parecem mais esculturas do que afrescos. Dá a ilusão de que estão flutuando sobre nós e não apenas pintados na fria superfície da capela.
Então, os pendentes e os Antepassados de Cristo completam a deslumbrante pintura. É quase inacreditável que tenha sido obra de um único homem.
O Juízo Final é o último afresco a ser visto na parede do altar da Capela Sistina. Michelangelo pediu ao arquiteto que fechasse duas janelas para que ele pudesse pintá-lo. Cristo está no centro da pintura, levando as almas ao céu, enquanto os condenados são enviados para a esquerda, em direção a Caronte e Minos. Para completar a cena, os anjos tocam suas músicas e os mortos retornam à vida.
Fiquei ali por mais de quarenta minutos. Eu queria tanto viver naquela experiência artística extraordinária pelo resto da minha vida, mas, infelizmente, tive que ir embora. Antes disso, no entanto, peguei minha câmera e, sendo bem sorrateiro, filmei tudo o que pude antes de ser pego.
Ouvi dizer que os museus estavam prestes a fechar, então precisei sair… Desci a escadaria circular, que achei realmente única, e deixei os museus, aproveitando para comer algo e usar o banheiro. Não percebi que já tinha passado mais de sete horas dentro dos Museus e ainda queria ver a Basílica de São Pedro.
Fiquei muito grato por anoitecer bem tarde aqui. Exatamente às 18h, consegui entrar na Basílica de São Pedro. Não consigo expressar o quão impressionado eu estava… Hoje deve ter sido o dia mais feliz da minha vida, e não estou exagerando.
Eu queria ter palavras para descrever o tamanho daquela basílica. Assim que entrei, me senti insignificante. Minha capacidade de pensar e analisar as obras de arte desapareceu completamente. Meu cérebro desligou e meu queixo caiu.
Sério, não acho que verei algo assim novamente. Me disseram que a Estátua da Liberdade, em Nova York, caberia três vezes dentro da basílica até a cúpula. Para ter uma noção da proporção da cúpula, basta olhar para as centenas de pessoas que estavam lá, seguindo a linha vermelha.
De qualquer forma, a grandiosidade da Basílica de São Pedro é atribuída a Michelangelo, que já era um artista excepcional desde os 20 anos (quando esculpiu o Davi). A basílica tem cerca de quatrocentas estátuas, setecentas colunas e dizem que a biblioteca (proibida para todos, exceto para o bibliotecário) contém mais de 150 mil documentos antigos sobre toda a história da Igreja, incluindo a Inquisição. A construção levou mais de 120 anos para ser concluída, e uma grande parte do dinheiro para financiá-la veio das indulgências.
Um dos motivos que me levou até lá foi ver a Pietà de Michelangelo. Há cerca de trinta anos, um vândalo atacou a estátua com um machado, então agora ela está protegida dentro de uma caixa de vidro. A harmonia e a beleza da escultura são o exemplo perfeito do Renascimento. Michelangelo usou uma técnica de alcançar a harmonia através do design piramidal, que é a composição mais equilibrada possível. O rosto jovem da Virgem Maria é um dos mistérios mais engenhosos da obra.
Passei mais de uma hora caminhando pela basílica até decidir visitar a cripta. Tenho uma fascinação sombria por túmulos e morte, então não poderia sair sem descer até a cripta. Primeiro, é preciso sair da basílica, virar à direita e caminhar até encontrar uma pequena porta que leva a uma escadaria de mármore. Lá embaixo, estão os supostos restos mortais de São Pedro (nos quais, para ser honesto, não acredito, mas minha opinião não importa agora) e os túmulos de todos os papas anteriores… Bem, não exatamente enterrados, pois seus túmulos estão no nível do solo, com belas estátuas representando o papa falecido, permitindo que as pessoas vejam sua aparência na hora da morte.
Dentro da basílica, havia mais túmulos dos papas mais importantes. Um deles está tão bem preservado que seu corpo não se decompôs, então o colocaram dentro de um caixão de vidro para que as pessoas possam ver seu corpo intacto.
Subi até a cúpula e tive uma vista deslumbrante da Praça de São Pedro, onde passei o resto do dia. Meus pés estavam me matando, então apenas me sentei bem no meio da praça, peguei uma garrafa de água e fiquei observando o pôr do sol até decidir pegar o ônibus de volta para o hotel.
Infelizmente, já não tenho mais palavras no meu vocabulário para descrever como estou me sentindo agora—o tamanho daquele lugar, a importância de tudo aquilo para a história!
Hoje foi, provavelmente, o dia mais importante da minha vida.
20/07 – Quarta-feira
Hoje, eu não aguentei acordar antes das nove da manhã. Desde que cheguei à Itália, não dormi muito, e hoje decidi ser preguiçosa. Tomei um café da manhã enorme e saí de metrô rumo ao Coliseu. O símbolo de Roma.
O Coliseu foi construído como muitos outros anfiteatros há dois mil anos para entreter a população de Roma e o César, seguindo a tradição dos teatros gregos, com um palco embaixo e o público sentado ao redor, olhando para a arena, que comportava 50.000 pessoas. Dizem que pelo menos 5.000 viviam ali.
Claro que o Coliseu não se tornou famoso por causa das peças teatrais, mas sim pelos sangrentos combates de gladiadores, onde o massacre era diversão. Mas a construção tem uma história triste. Foi erguida em 72 d.C. e só serviu ao seu propósito até 217, quando foi atingida por um raio que danificou sua estrutura. Foi restaurada e usada novamente nos jogos de gladiadores até que a ascensão do cristianismo pôs fim a isso, encerrando as mortes humanas, mas substituindo-as pela caça e matança de animais selvagens trazidos diretamente do Egito e da África.
Depois disso, dois terremotos destruíram completamente o Coliseu, reduzindo-o a ruínas… ruínas que ainda possuíam ótimos pedaços de mármore e pedras que foram roubadas ao longo dos anos para a construção de igrejas em Roma. O que restou é o que podemos ver hoje… e ainda assim, impressiona.
Quando entrei com um grupo de turistas americanos, ouvi um professor de História dizendo algo que é completamente verdade: as pessoas visitam o Coliseu por causa dos gladiadores, não pela História. Ele fez uma aposta comigo: no grupo dele, havia vários adolescentes, e ele perguntou se sabiam quem foi o primeiro imperador de Roma. Um deles respondeu Marco Antônio (a resposta certa é Otávio Augusto)! Sério, as pessoas estão desinformadas e não se importam com a importância da Roma Antiga. Todos só pensam nos gladiadores. Bem, essa ainda é uma herança que nós, ocidentais, herdamos dos romanos: a tradição do “matar primeiro, pensar depois”.
A arena foi construída sobre um labirinto que abrigava milhares de animais, como girafas, leões e até rinocerontes. Caminhei pelas galerias e escadas reconstruídas. Não tenho muito mais a dizer sobre isso… é imenso, e andei dentro do Coliseu por mais de três horas, explorando cada cantinho e parede.
Minha jornada não terminou no Coliseu, que é apenas uma pequena parte do que há para ver em Roma. Comprei um cachorro-quente e me sentei no chão para comer, admirando a vista do anfiteatro. Quando terminei, entrei no Fórum Romano, que tem um tamanho igualmente impressionante.
O Fórum Romano era o centro movimentado do Império Romano, onde ficava o Senado e onde aconteciam as trocas comerciais. Vendiam animais, comida, escravos e, claro, prostitutas. Havia vários templos, como os de Cástor e Pólux, Rômulo, Saturno, Concórdia e César, além de vários arcos e basílicas. A Via Sacra era a rua principal que levava do Coliseu até o fim do Fórum.
Ao sair do Fórum, continuei pela rua principal, que leva diretamente ao trabalho arquitetônico de Michelangelo: a Praça do Capitólio, no topo do Monte Capitolino, cercada por museus e várias estátuas de bronze.
Desci a escadaria Cordonata (onde escorreguei e quase caí com a câmera na mão) e cheguei ao enorme Monumento a Vítor Emanuel II, construído por Giuseppe Sacconi e concluído em 1911. É feito inteiramente de mármore branco e tem tantos seguranças que não deixam ninguém sentar nos degraus, ficar parado por muito tempo no mesmo lugar ou sequer tirar o sapato para coçar os pés (sim, aprendi isso da pior forma).
O monumento abriga o Túmulo do Soldado Desconhecido e a Chama Eterna da Itália. Disseram-me que a maioria dos países tem uma Chama Eterna queimando, mas nunca vi uma no Brasil.
A vista do topo do monumento é de tirar o fôlego. De um lado, vê-se a Roma antiga, o Fórum e o Coliseu; do outro, a Roma moderna, com seus prédios e tecnologia. E os dois lados se encaixam perfeitamente em uma combinação rara.
Quando cheguei de volta ao metrô, o sol já estava se pondo, então decidi voltar ao hotel e descansar. Tomei um banho enorme porque, sinceramente, andar por ruínas é uma coisa muito suja. Eu nem sabia onde tinha mais poeira: no cabelo ou nos sapatos.
21/07 – Quinta-feira
Hoje era dia de visitar a Piazza di Spagna. Achei que fosse enorme e que passaria o dia inteiro explorando, mas não… me enganei. A praça é pequena, mas muito bonita, apesar dos turistas que tornavam o lugar um pouco insuportável.
À esquerda, há um museu dos poetas ingleses, onde Keats-Shelley morreu, e bem em frente à famosa escadaria Scalinata di Spagna fica o Antico Caffè Greco, onde poetas e gênios se reuniam para discutir filosofia e poesia. Foi lá que Wagner, Goethe e Lord Byron tomavam café.
A Fontana della Barcaccia é um lugar onde você pode se sentar e molhar os pés se quiser. Ninguém vem correndo dizer que é proibido, o que ainda me deixou chocada depois do comportamento dos seguranças no monumento ontem.
Subi a escadaria para chegar à Trinità dei Monti, mas não consegui entrar. Mesmo que fosse possível, não vi nenhuma porta aberta.
Decidi sair dali porque, por mais bonita que fosse a vista, os turistas estavam me irritando. Então, desci pela Via Propaganda e acabei chegando à Fontana di Trevi… o local onde foi filmada minha cena favorita de todos os tempos.
Vou falar do filme em outro post, mas meu ponto é que, para mim, a Fontana di Trevi não é uma fonte dos desejos como todos acreditam. Para mim, é o lugar onde o cinema e a poesia se encontraram em uma cena memorável.
A água da fonte é azul cristalina. É a maior fonte de Roma e seu nome é atribuído a uma jovem chamada Trivia, que mostrou aos soldados romanos uma fonte a cerca de 18 milhas dali. Foi construída em 19 a.C. por Agripa, mas depois reconstruída e finalizada em 1762 por Nicola Salvi.
No centro, há uma estátua de Netuno segurando cavalos-marinhos. Eu poderia ter passado o dia inteiro sentada ali, mas uma hora foi suficiente. Levantei e segui para o famoso Panteão, o templo mais bem preservado de toda Roma, que era o centro da cidade há dois mil anos.
Dentro do Panteão, há túmulos — como em praticamente todo lugar na Itália. Era o local onde os monarcas eram sepultados, assim como o grande artista Rafael. No teto, há um buraco circular que permite que a luz do sol ilumine diferentes túmulos ao longo do dia. É algo belíssimo de se ver.
De lá, fui direto para a Piazza Navona e vi todos os belos cafés que cercam a praça, um ótimo exemplo da teoria da cidade-vitrine que estudei uma vez. Essa praça já foi usada para competições atléticas.
Há três fontes barrocas na praça, sendo a maior delas a Fontana dei Quattro Fiumi (Fonte dos Quatro Rios), onde cada estátua representa um rio: Nilo, Prata, Danúbio e Ganges.
A Piazza Navona é basicamente o centro social de Roma, onde as pessoas se sentam, bebem vinho, ouvem boa música e observam o movimento.
Infelizmente, o dia estava acabando. Caminhei até o Campo de’ Fiori, uma praça famosa por seu antigo mercado de rua. A história desse mercado está repleta de assassinatos: foi onde Caravaggio e Cellini mataram seus inimigos e onde Giordano Bruno foi queimado pela Inquisição.
Bem, não havia muito mais para fazer. As lojas e museus estavam fechando, então peguei o metrô e voltei para o hotel.
22 /07– Sexta-feira
Hoje decidi visitar a Cinecittà, mas infelizmente estava fechada. Achei que fosse possível conhecer o lugar com um guia ou algo assim, mas simplesmente não deu. Tenho que dizer que aquele lugar é enorme, impressionante. Será que todo grande estúdio de cinema tem esse tamanho? Droga, a Cinecittà foi a única coisa certa que Mussolini fez!
Como fiquei irritada, decidi ir às compras. Desde que cheguei aqui, não comprei um único souvenir (bem, exceto uma pequena gôndola em Veneza), então resolvi deixar de ser uma caçadora de arte por um dia e ser apenas uma garota fazendo compras! Comprei perfumes, lenços, maquiagem, batom, saias, chapéus, livros, pôsteres de filmes e por aí vai.
O dia passou voando e, mesmo sendo o único que reservei para compras, ainda me senti frustrada porque poderia estar admirando mais uma das obras maravilhosas de Caravaggio, em vez de gastar dinheiro. Quando finalmente decidi entrar em um museu, estava carregando tantas sacolas que se tornou impossível.
Hoje foi meu último dia em Roma e não consegui ver nem metade dos museus da cidade. Passei pelos lugares mais famosos, mas ainda preciso voltar algum dia para visitar Santa Maria Maggiore e o Museo Nazionale Romano.
Ainda não acredito que não consegui ver a Cinecittà.
