04/07/2005
Cheguei ao Aeroporto Internacional de Malpensa/Milão por volta das 16h (horário local, que é cinco horas à frente do horário do Brasil), peguei um táxi para o hotel e, assim que deixei a bagagem no quarto, perguntei ao recepcionista onde ficava a famosa Via Torino. Felizmente, a rua ficava a apenas dois quarteirões do hotel onde eu estava hospedada.
Caminhei feliz pela rua, encontrando algumas boas lojas e monumentos antigos pelo caminho. Havia a igreja de San Satiro, que estava na minha lista de “coisas-que-eu-preciso-ver-desesperadamente”. Quando cheguei ao final da Via Torino, me vi na ENORME praça do Duomo (Duomo significa a igreja principal da cidade).
Quando consegui ter uma visão melhor da praça, me vi cara a cara com o enorme e exuberante Duomo di Milano. Ouvi dizer que é uma das maiores catedrais góticas da Europa (a maior é a Sagrada Família, de Gaudí, em Barcelona, na Espanha). Aparentemente, a construção começou por volta do século XIV e só foi finalizada quinhentos anos depois. Nunca vi tantas estátuas e torres no mesmo lugar.
Parei para conversar com um rapaz e ele me contou que cada estátua no Duomo foi feita por um artista diferente, de diferentes partes do mundo, para simbolizar a união da humanidade nesta cidade cosmopolita. O sol só se pôs por volta das 21h. Eu não sabia que os dias eram tão longos no hemisfério norte. Foi uma surpresa agradável.
05/07 – Terça-feira
Acordei por volta das 7h (não consegui dormir mais por causa da mudança de horário e porque às 5h o sol já estava alto e entrando pela minha janela). Tomei café da manhã e caminhei mais uma vez até o Duomo para registrar tudo. Ontem esqueci minha câmera, duh.
Desta vez, entrei no Duomo. O interior é fabuloso, fantástico, nunca vi um teto tão alto na minha vida! Ele tem exatamente 52 colunas e vários túmulos, estátuas e pinturas.
O altar brilha com tanto ouro (ouvi dizer que é o tesouro medieval da cidade) que me pergunto como alguém consegue se concentrar para rezar com tanta beleza ofuscante ao redor. Eu poderia ir lá todos os dias só para ver as pinturas e a arquitetura.
Enfim, saí e atravessei a praça para ir até a Galeria Vittorio Emanuele II (também estava na minha lista). Quando vi a entrada, tive que entrar. A arquitetura é deslumbrante, com um teto alto e circular, além de lojas e restaurantes sofisticados (comprei um tênis da Ferrari lá).
Do outro lado da Galeria, havia outra praça, a Piazza Della Scala, nomeada em homenagem ao famoso teatro que fica logo em frente. No centro da praça, há uma estátua de Leonardo Da Vinci. Tentei entrar no teatro, mas era uma noite de ópera e eu não estava vestida adequadamente. Desisti (do que me arrependo profundamente) e atravessei a cidade para ir ao Castello Sforzesco.
Quando o vi à distância, pensei: “uau, olha o tamanho dessa coisa!”. É um castelo construído no final da era medieval, com uma fachada intimidadora que deve ter afastado muitos inimigos nas batalhas, e o interior era digno de uma família real. Na entrada, vi os enormes portões de ferro (abertos para visitantes, graças a Deus!).
Há uma bela fonte em frente ao portão, e quando a vi, apenas uma pequena quantidade de água estava fluindo, mas quando me aproximei, parecia que ela leu meus pensamentos, porque de repente houve uma enorme cascata de água caindo sobre todos os turistas.
Caminhei pelo jardim interno e passei por mais dois portões, chegando ao pátio dos fundos. Imaginei as princesas passeando ali à tarde, acompanhadas de suas damas de companhia.
Fiquei curiosa para entrar no castelo, então voltei para a frente, procurando alguma porta. Havia uma pequena onde as pessoas estavam entrando. Descobri que dentro do castelo havia um museu. Demorei três horas para percorrer tudo (e fui rápida porque estava morrendo de fome). Devem haver cerca de cinquenta salas, cada uma com um tema diferente.
Havia a sala de arqueologia, com peças de pesquisas locais; a sala de pinturas, que tinha obras de toda a história da arte, da Grécia Antiga até a modernidade; a sala das armaduras e a sala das armas. Depois, tive que subir uma escada minúscula e antiga de madeira e percorrer corredores estreitos de tijolos (alguns deles desciam para onde eu presumi que fossem as masmorras) para chegar à outra parte do castelo, onde ficava a sala dos instrumentos musicais. Vi violinos raros, guitarras e pianos.
A sala dos pianos foi a última, e então tive que voltar tudo de novo para sair do castelo. Descobri que dentro dos castelos antigos você sente correntes de ar geladas por toda parte.
Foi um dia maravilhoso, iluminador e assustador. Eu amei completamente.
06/07 – Quarta-feira
Caminhei até a estação de trem principal, de onde, amanhã de manhã, partirei para Veneza. Fiquei muito feliz ao ver que havia um metrô que me levaria do hotel até a estação, o que significa que não preciso gastar com táxis.
Hoje fui novamente ao castelo (estou tão apaixonada por ele!) para explorar um pouco mais o jardim. Vi que as pessoas usam o jardim como se fosse uma praia. Elas deitam na grama e tomam sol preguiçosamente. Também havia uma arena para corridas de cavalos e, do outro lado, um arco com uma cavalaria atacando.
Eu precisava ver a pintura mais famosa de Milão. A Última Ceia fica no convento de Santa Maria delle Grazie, e devo confessar que quase não entrei porque os portões pareciam sempre fechados, dando a impressão de estar abandonado. Foi um pouco assustador.
Andei pelas ruas e vi as lojas famosas, como Versace, Gucci, Valentino, Giorgio Armani, Prada, Louis Vuitton, etc.
Claro que eu não poderia sair de lá sem visitar essas lojas, afinal, Milão é a Cidade da Moda. Sinceramente, não me importei muito com as roupas que vi lá. Os preços são impressionantes, mas as peças não são o meu estilo. Eles adoram casacos de pele, e fiquei realmente irritada ao imaginar quantos animais morreram para produzir um único casaco pequeno.
