Entre os filmes da temporada de premiações, Conclave se destaca como uma obra cinematográfica primorosa, combinando atuações brilhantes, direção cuidadosa e uma história provocativa. O longa, dirigido por Edward Berger, mergulha nos bastidores de um conclave papal, onde segredos, política e fé se entrelaçam de maneira instigante.
O elenco é um espetáculo à parte. Ralph Fiennes e Stanley Tucci entregam performances impecáveis, mas é Isabella Rossellini quem rouba a cena com uma atuação quase silenciosa, expressando-se apenas pelo olhar. Sua presença é hipnotizante, elevando a carga dramática do filme sem precisar de palavras.
Outro destaque é a impressionante reprodução da Capela Sistina. Para quem já teve a oportunidade de visitá-la, a fidelidade ao ambiente e à atmosfera solene é inacreditável. O design de produção transporta o espectador para dentro do Vaticano, reforçando a imersão na história.
Além da excelência técnica e artística, Conclave surpreende com um desfecho feminista que desafia a estrutura e os dogmas da Igreja. O filme questiona a fé e o poder religioso de forma poética e necessária, tornando-se mais do que um simples drama sobre o Vaticano, mas uma reflexão profunda sobre crenças e tradição.
Com sua narrativa envolvente e atuações memoráveis, Conclave é um dos grandes destaques do ano e merece ser assistido por aqueles que buscam um cinema instigante, belo e cheio de camadas.
